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Guia de bolso das Opções O que são opções? O que é Black and Scholes? Como são precificadas as opções? Como elas variam com o preço das ações? Começamos a desvendar estes instrumentos explicando a compra de call. |
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"Aposto que VALE3 estará 70 reais"Opções é como são chamados os contratos que definem a compra ou venda de um ativo em uma determinada data.
"Eu aposto com você que VALE3 estará acima de 70 reais em 21 de dezembro de 2020."
Neste exemplo eu e você negociamos uma opção (neste caso, de compra ou call) com os termos acima e nossa aposta está selada.
Assim como as ações objeto (VALE3 no exemplo), as opções são negociadas no mercado, no seu Home Broker.
E podemos precificar esta aposta.
Opção tem "preço justo". Valuation de opçõesAs ações são precificadas estimando seus fluxos de caixa futuro e os trazendo a valor presente.
As opções são precificadas usando probabilidades.
Nossa aposta se transforma em: "Qual é a probabilidade de VALE3 estar acima de 70 reais em 21 de dezembro?".
Mas calma! Você não precisa sair fazendo cálculos estatísticos complexos.
Para calcular opções, usamos uma fórmula: o Black and Scholes.
Só precisamos entender o que essa fórmula faz. Usando o B&SOs economistas Fisher Black e Myron Scholes modificaram uma fórmula da física e criaram um lindo modelo para precificar opções: o Black and Scholes (B&S).
Assim como o valuation, ele funciona perfeitamente: você coloca os dados em uma planilha e o modelo calcula o valor justo. É lindo.
O problema sempre é: como saber que os dados imputados são os dados corretos?
Fisher e Myron Scholes, nos anos 1970, sentiram isso na pele tentando ganhar dinheiro com sua fórmula mágica.
Mas as perdas financeiras convenceram os acadêmicos a focar na teoria. Os dois receberam o Nobel de economia em 1997.
Bela decisão. Como as pessoas usam opções?Na prática, as pessoas usam as opções como formas de comprar uma ação com uma alavancagem enorme.
Ao invés de investir 1.000 reais em uma ação, elas apostam 200 reais para tentar alavancar seus ganhos.
Se a ação sobe +10 por cento, por exemplo, a aposta nas opções pode subir muito mais, como +50 por cento, dependendo da opção escolhida.
Então, ao invés de investir 1.000 e ganhar 10 por cento (ou 100 reais), o apostador compra 200 reais em opções que podem se tornar 300 reais.
Isso acontece porque as ações se movimentam em uma trajetória linear, enquanto as opções tem um perfil de retorno exponencial. |
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 | Linear versus Exponencial. Fonte: morethandigital |
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Inclusive, podemos facilmente calcular os possíveis retornos utilizando o B&S.
E é aqui que a ganância das pessoas cresce exponencialmente. |
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E os riscos se multiplicam. |
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A prática é muito diferente da teoria |
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 | "Em nossa visão, derivativos são armas financeiras de destruição em massa carregando perigos que, enquanto latentes, são potencialmente letais." |
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O maior investidor de todos os tempos não está apenas criticando as apostas de curto prazo das pessoas.
A crítica vai muito além.
Durante a crise de 2008, quando eu trabalhava no Banco de investimento Francês, BNP Paribas, a instituição perdia dinheiro indiscriminadamente em seu livro global de opções.
O dinheiro sumia e os traders e quants (cientistas de foguetes e quantitativos que entendem de matemática) simplesmente não entendiam como.
Com a crise, tudo se move para baixo ao mesmo tempo e, este aumento das correlações, muito comum em cestas de COEs, causavam perdas bilionárias aos bancos.
Ninguém está imune às armas de destruição em massa. O comprador e o vendedor das opções Opções são contratos de compra ou venda de um ativo em uma determinada data.O comprador compra um direito.
O vendedor vende o direito, portanto, possui um dever.
A perda máxima do comprador é o valor do direito.
E a perda máxima do vendedor pode ser infinita, em teoria. Ela varia substancialmente, dependendo da opção negociada.
As pessoas utilizam as características acima para afirmar que os riscos de comprar opções são reduzidos e os riscos de vendê-las são infinitos.
Mas nada poderia ser mais longe da realidade dos fatos. O risco das opçõesOpções são contratos de compra ou venda de um ativo em uma determinada data.
Preste atenção neste detalhe: uma data.
Se você adquire uma opção de compra (uma call), apostando que o preço de um ativo subirá até certo ponto no futuro, você precisa que isso aconteça em um período definido (e curto).
E aqui estão os maiores riscos das opções: elas vencem.
Como as opções têm data de vencimento, as probabilidades que definem seus preços variam, violentamente, no dia a dia.
Com a violenta variação dos preços, variam também as emoções dos apostadores.
Os apostadores perdem o sono com a volatilidade das opções.
Se os preços das ações sobem (ou caem) demais por alguns dias e estão próximas ao vencimento, as opções podem subir 1.000 por cento.
Ou virar pó (perder completamente o valor) em pouquíssimos dias.
E, historicamente, apenas 10 por cento das opções são exercidas.
Ou seja, 90 por cento das opções viram pó. Usando opções com consciênciaOpções são ótimas ferramentas para gerenciar o risco do seu portfólio.
Opções são ótimas ferramentas para apostar nos movimentos de curto prazo dos ativos.
O problema, aqui, não são as opções. O problema está em tratar o mercado financeiro como aposta. |
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 | "Investir deveria ser como observar a tinta secar ou a grama crescer. Se você quer emoção, pegue 800 dólares e vá para Las Vegas." |
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Existem, sim, diversas formas de usar opções de maneiras inteligentes.
E, nenhuma delas demanda acertar os movimentos de curto prazo de uma ação no mercado. O que você precisa saber antes de se aventurar“Aposto com você que VALE3 estará acima de 70 reais em 21 de dezembro.”
Simples, abro minha planilha de Black and Scholes (aqui) e insiro os dados da opção de compra (call).
Preço de VALE3 hoje: 60,70 reais.
Volatilidade de VALE3: 40 por cento ao ano.
Data de vencimento da aposta (opção): 21 de dez de 2020 (use o período em anos, 4,5/12 meses = 0,375).
Taxa de juros: 2 por cento.
Valor da opção: 2,89 reais.
Bem mais barato do que "um almoço", que é o padrão das apostas do mercado financeiro. Usando o B&SUsando a mesma fórmula B&S podemos estimar os resultados de nossa aposta acima.
No vencimento, temos:
VALE3 a 60 reais = opção vira pó (vale zero reais)
VALE3 a 70 reais = opção vira pó (vale zero reais)
VALE3 a 80 reais = opção vale 10 reais (+246 por cento de ganho)
Podemos até simular o valor das opções antes do vencimento das opções. Só precisamos modificar as datas para refletir quanto tempo temos até o vencimento.
Com todo o resto constante, por exemplo, 6 meses são 0,5 anos (call vale 3,79 reais), 3 meses são 0,25 anos (call vale 1,89 reais).
Para simular o valor das opções com diferentes preços de VALE3, só precisamos mudar os preços de VALE3.
Voltando aos dados iniciais (call vale 2,89), por exemplo, VALE3 a 66 reais (call vale 5,00 reais), VALE3 a 55 reais (call vale 1,37 reais).
Simule, entenda como os preços variam violentamente com a mudança do preço das ações e o tempo até o vencimento (o que chamamos de gregas). Utilizando opções com responsabilidadeMuito cuidado ao se aventurar no mundo das opções.
Comentamos rapidamente aqui, mas há muito mais a se falar das opções: gregas, delta hedging e as diversas estruturas de opções.
Comentamos apenas sobre como comprar opções apostando nas altas de uma ação, que é a forma preferida dos apostadores na bolsa.
Mas não é a maneira mais interessante de utilizar estes instrumentos.
As opções são ótimas ferramentas de mitigação de risco, se utilizadas com entendimento e responsabilidade.
Estruturas, travas de baixa, são ótimos instrumentos que unem duas opções de venda (puts), uma comprada e uma vendida, para reduzir os riscos de perdas de seu portfólio.
Não são nenhuma panaceia, pois são instrumentos de curto prazo e dependem que acertemos o momento de utilizá-los.
Mas estes instrumentos são efetivos quando temos gatilhos claros para movimentos fortes nos mercados.
E, com a recente alta forte dos mercados, deterioração fiscal e crescente vontade política de driblar o teto de gastos, podemos estar próximos destes gatilhos.
Vamos voltar a este tema, aqui, em um futuro próximo.
Com muito cuidado e ajudando nosso assinante a todo momento via canal no Telegram do ANTI-Trader, nos preparamos para utilizá-las.
E vamos comentar sobre todas as características acima quando decidirmos montar estas estruturas. |
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VOCÊ GOSTOU DESTE CONTEÚDO? |
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CSNA: Agora vai? Por: Ricardo Schweitzer
Uma manchete: |
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Essa manchete é de maio de 2019. Mas eu poderia, sinceramente, ter pinçado incontáveis outras: praticamente desde que eu estou no mercado — e já faz um bom tempo — se fala na possibilidade de IPO e/ou venda da operação de mineração da CSN (CSNA3).
Mas há quem diga que agora vai: em teleconferência com investidores, o management afirmou que pretende, ainda em 2020, não só vender determinadas subsidiárias como promover, enfim, o IPO de sua unidade de mineração.
Não é de graça: a alavancagem financeira da Companhia é pantagruélica — atualmente na casa de 5,2 vezes EBITDA, com dívidas perfazendo 33 bilhões de reais. Há tratativas com credores para alongamento da dívida, mas isso certamente passa pela sua redução. E a forma mais fácil e rápida de reduzi-la é mediante a venda de ativos.
Ocorre que o assunto venda de ativos parece sempre cair mal a Benjamin Steinbruch. Já perdi as contas de quantas vezes vi esse filme: a Empresa anuncia que vai fazer e não faz — ou, pra não dizer que não fez nada, vende uma coisinha ou outra que não muda estruturalmente sua situação.
Os ativos de mineração da CSN são reconhecidamente muito bons. Só devem ficar atrás dos da Vale (VALE3) mesmo. Poucos momentos foram tão propícios para uma venda quanto o atual, com minério de ferro nas alturas e boas perspectivas de demanda chinesa à frente. Steinbruch já deixou passar oportunidade semelhante no passado, em pleno superciclo de commodities. Vai deixar passar outra?
CSNA3 já fez parte da carteira do Nord Deep Value. No momento, estamos de fora. Mas curiosos, confesso, para ver se dessa vez vai. |
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BBAS: Entre compras e vendas Por: Matheus Amaral
Entre compras... o Banco do Brasil (BBAS3) realizou a compra de uma carteira de crédito por 395 milhões de reais da BV Financeira, do Banco Votorantim — um dos ativos para o próximo CEO agilizar a venda, que chegou a ter um IPO cogitado (e que foi interrompido) neste ano.
Não foi mencionado o tamanho da carteira, mas ela é referente a recebíveis advindos de financiamento de veículos da BV. A financeira continuará com os riscos da carteira cedida ao BB, arcando com o pagamento dos vencimentos independentemente da inadimplência futura.
A depender do tamanho do desconto do deal, pode ter sido um bom negócio — a ver nos próximos resultados o incremento da carteira de crédito. Resta entender o racional da venda pela ótica do BV.
...e vendas. o BB fez, até aqui, um bom trabalho em sua reestruturação, intensificando seu foco no core business bancário. Mas fato é que, se chacoalhar a sua estrutura, ainda há diversos ativos que podem ir pra jogo.
Por exemplo, o banco vem retrabalhando sua área de cartões. E ali jaz a sua participação na Cateno, joint venture com a Cielo (CIEL3), que atua na emissão de cartões. E também — por que não? — a sua própria participação na Cielo.
Porém, parece que o que vem sendo estudado mesmo é uma eventual venda da bandeira de cartões Elo, cujo os acionistas são BB, Bradesco (BBDC4) e Caixa Econômica. Segundo o Estadão, os bancos estão estudando um IPO ou a venda para uma concorrente.
Não importa como; o importante é vender. O embandeiramento não é atividade-fim de um banco. Com uma fatia de 15 por cento de mercado, a venda da Elo pode resultar em um bom negócio para o Banco do Brasil. Nenhum dos controladores tem pressa e nem precisam do dinheiro a ser levantado. O importante mesmo é enxugar suas estruturas para ficarem ainda mais rentáveis — e nisso o BB tem pressa.
BBAS3 negocia com 20 por cento de desconto frente ao seu valor patrimonial. Acho demais para um banco com uma carteira de crédito de boa qualidade, com a rentabilidade que está entregando e com ótimo dividend yield, ainda que seja uma empresa estatal.
Não por acaso, BBAS integra o rol de recomendações do Nord Dividendos. |
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